Creatus est homo ad hunc finem,
ut Dominum Deum suum laudet,
revereatur, eique serviens tandem salvus fiat.

(O homem foi criado para este fim:
louvar, reverenciar, servir ao Senhor seu Deus,
e assim salvar a sua alma. Exercícios, Sto. Inácio, vol.I)

sábado, 14 de maio de 2011

Meditação sobre o Primeiro Mistério - A Anunciação do Anjo


Contemplemos a Encarnação do Filho de Deus anunciado pelo Anjo São Gabriel a Nossa Senhora

1 - O primeiro pensamento, que nos apresenta é que Deus Se fez homem por nosso amor.
Quão pouco sabem deste estupendo Mistério tantos e tantos cristãos!
Ao rezarem o primeiro Mistério, pensam apenas: «O Anjo anunciou a Maria que ela havia de ser Mãe de Deus». Nada mais, ficam-se por aqui.
Que bem poderá fazer-lhes este vago pensamento?
Que alimento proporcionará ele às suas meditações? Que lições ensinará?
Mas que deverão eles pensar, que significado real tem o Mistério da Encarnação, o facto de Deus Se fazer homem?
A Encarnação é a melhor prova, que Deus podia dar, do seu amor infinito, pessoal e íntimo, por cada um de nós. Mal de nós, se não o compreendermos, se não nos damos ao trabalho de o apreender, sentir e no-lo representar como real, porque então a grande obra de Deus pouco nos aproveitará.

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Passado este tempo todo...

Passado este tempo todo, e depois de uma passagem casual por um blogue da tradição católica, descobri que ainda tinha nos links a referência ao me blogue. Há muito que não escrevia nada e nem passava por lá. Mais ainda quando vi o contador de visitas, 7000 visitantes!... Ora este número animou-me, confesso.

Ando um pouco desanimado com tudo o que se passa na Igreja e acabei por me afastar um pouco dela. Felizmente, a Páscoa, trouxe-me de novo ao activo com a participação na Visita Pascal. Fiquei triste com a realidade eclesial que se vive na minha Diocese, ela está decadente. Por isso, decidi voltar ao activo, fazer alguma coisa para contrariar...

Peço a vossa ajuda, rezem por mim.
Obrigado a todos os visitantes, que os Senhor vos abençoe.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A Monfort

Querios irmãos, a paz do Senhor esteja convosco
Em primeiro lugar, quero lamentar a morte nosso querido irmão. Ele era a nova voz que, à semelhança de S. João Baptista outrora, clamava no deserto dos dias de hoje. Espero que o Senhor perdoe os seus pecados e o cumule das riquezas tão arduamente constitadas.

Quanto ao Sr. Pe. Joãozinho, que tanto tem difamado o nosso Professore envergonhado os cristãos com as suas ideias peregrinas, chamemo-lo à razão, ao mesmo tempo que deveremos rezar por ele para que o Senhor o faça regressar à Verdade e servir fielmente o Corpo Místico de Cristo que é a Igreja. Essa é ama verdadeira caridade

Infelizmente, muitos padres e BISPOS se tornaram herejes. Recentemente o Cardeal Patriarca de Lisboa defendeu na SIC Notícias que concordava com a ordenação de mulheres e com o fim do celibato. Resemos também por ele e condemos o seu erro.

Quanto a vós, que recebestes a herança de vosso Pai fundador, continuai a sua obra, ou seja, a reevangelização dos povos, sempre fiéis ao mãndamento do Senhor: anunciai a Boa Nova.
Abraço fraterno.

domingo, 20 de junho de 2010

Carta aberta a todos os tradicionalistas

Querido(a) irmão(ã) tradicionalista
A Paz de Nosso Senhor esteja contigo.
Escrevo-vos apresentando-vos uma ideia que poderá ser extremamente positiva no que toca à divulgação no nosso país do tradicionalismo: uma associação nacional.
Esta associação teria como objectivos:
1) Promover a tradição junto dos mais jovens;
2) Criar uma livraria on-line facilitando o acesso a textos e a livros que muito dificilmente se encontra noutro sítio;
3) Promover encontros entre jovens;
4) Divulgar os sítios e as horas em que são celebradas as Santas Missas;
5) Dar apoio financeiro aos jovens que se sentissem chamados por Deus à vida sacerdotal encaminhando-os para os sítios certos;
6) Ter sempre disponível, à semelhança da Associação Monfort, a doutrina sobretudo o catecismo de São Pio X;

Diz o que pensas sobre isso.
Abraço fraterno.

Morreu aquele que insultou a Deus,,,,


«Na assembleia dos pecadores acende-se um fogo, e a cólera de Deus acende-se contra um povo rebelde. Deus não perdoou aos gigantes de outrora, que se revoltaram, orgulhando-se das suas forças. Ele não poupou os concidadãos de Lot, mas detestou-os por causa do seu orgulho. Não teve compaixão de um povo que foi destinado à destruição, por causa do orgulho dos seus pecados. (...) Mesmo que só houvesse um homem de dura serviz, seria estranho se ficasse sem castigo. Pois a misericórdia e a ira pertencem ao Senhor, poderoso quando perdoa e quando espalha a ira. A sua misericórdia é tão grande como o seu castigo, e julga o homem conforme as obras de cada um. (...) Cada um será tratado segundo as próprias acções. Não digas:«Vou esconder-me do Senhor. Lá de cima, quem se lembrará de mim? No meio de tanta gente, quem me reconhecerá? Quem sou eu nesta imensidão?» Vê bem! O Céu, o mais alto do Céu, o abismo e a Terra, tudo isso treme quando Deus aparece. Os montes e os alicerces da terra abalam-se de pavor quando Deus olha para eles. Mas ninguém reflecte sobre estas coisas. Quem faz caso do seu modo de agir? Assim como ninguém vê a tempestade, a maior parte das obras de Deus fica escondida. «Quem anunciará as obras da justiça de Deus, ou que esperará por elas? A aliança, de facto, está longe». Assim pensa o homem de mente curta; o insensato que se transvia só pensa em loucuras.» (Ecl. 16, 5-22)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

I - Memória de uma manhã passada com Bento XVI

Foi com grande alegria quando, no dia 13 de Maio, cheguei ao Porto na esperança de, pela primeira vez, ver um Vigário de Cristo.
Ao outro dia saí bem cedo da casa da minha irmã, em Vila Nova de Gaia. Entrei no metro em D. João II e cheguei, sem complicações, a São Bento. Fiquei por ali à espera do nosso muito e bem amado Pedro. Aproveitei e arranjei um lugar bem bom para tirar fotografias. Ao meu lado estava uma Senhora que estava extremamente feliz não só por estar ali para ver o Santo Padre mas porque Nosso Senhor, sob a invocação do Divino Menino Jesus de Praga, curou o seu filho enfermeiro num hospital em Coimbra. Entretanto começou a chegar muita gente. Todos queriam ver Sua Santidade... Ameaçava chover...

terça-feira, 16 de março de 2010

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2010

A justiça de Deus está manifestada
mediante a fé em Jesus Cristo
(cfr Rom 3, 21–22 )

Queridos irmãos e irmãs,

todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja convida-nos a uma revisão sincera da nossa vida á luz dos ensinamentos evangélicos . Este ano desejaria propor-vos algumas reflexões sobre o tema vasto da justiça, partindo da afirmação Paulina: A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo (cfr Rom 3,21 – 22 ).

Justiça: “dare cuique suum”

Detenho-me em primeiro lugar sobre o significado da palavra “justiça” que na linguagem comum implica “dar a cada um o que é seu – dare cuique suum”, segundo a conhecida expressão de Ulpiano, jurista romana do século III. Porém, na realidade, tal definição clássica não precisa em que é que consiste aquele “suo” que se deve assegurar a cada um. Aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais intimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado á sua imagem e semelhança. São certamente úteis e necessários os bens materiais – no fim de contas o próprio Jesus se preocupou com a cura dos doentes, em matar a fome das multidões que o seguiam e certamente condena a indiferença que também hoje condena centenas de milhões de seres humanos á morte por falta de alimentos, de água e de medicamentos - , mas a justiça distributiva não restitui ao ser humano todo o “suo” que lhe é devido. Como e mais do que o pão ele de facto precisa de Deus. Nora Santo Agostinho: se “ a justiça é a virtude que distribui a cada um o que é seu…não é justiça do homem aquela que subtrai o homem ao verdadeiro Deus” (De civitate Dei, XIX, 21).

De onde vem a injustiça?

O evangelista Marcos refere as seguintes palavras de Jesus, que se inserem no debate de então acerca do que é puro e impuro: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Porque é do interior do coração dos homens, que saem os maus pensamentos” (Mc 7,14-15.20-21). Para além da questão imediata relativo ao alimento, podemos entrever nas reacções dos fariseus uma tentação permanente do homem: individuar a origem do mal numa causa exterior. Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem “de fora”, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação: Esta maneira de pensar - admoesta Jesus – é ingénua e míope. A injustiça, fruto do mal , não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal. Reconhece-o com amargura o Salmista:”Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-se no pecado” (Sl. 51,7). Sim, o homem torna-se frágil por um impulso profundo, que o mortifica na capacidade de entrar em comunhão com o outro. Aberto por natureza ao fluxo livre da partilha, adverte dentro de si uma força de gravidade estranha que o leva a dobrar-se sobre si mesmo, a afirmar-se acima e contra os outros: é o egoísmo, consequência do pecado original. Adão e Eva, seduzidos pela mentira de Satanás, pegando no fruto misterioso contra a vontade divina, substituíram á lógica de confiar no Amor aquela da suspeita e da competição ; á lógica do receber, da espera confiante do Outro, aquela ansiosa do agarrar, do fazer sozinho (cfr Gn 3,1-6) experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza. Como pode o homem libertar-se deste impulso egoísta e abrir-se ao amor?

Justiça e Sedaqah

No coração da sabedoria de Israel encontramos um laço profundo entre fé em Deus que “levanta do pó o indigente (Sl 113,7) e justiça em relação ao próximo. A própria palavra com a qual em hebraico se indica a virtude da justiça, sedaqah, exprime-o bem. De facto sedaqah significa, dum lado a aceitação plena da vontade do Deus de Israel; do outro, equidade em relação ao próximo (cfr Ex 29,12-17), de maneira especial ao pobre, ao estrangeiro, ao órfão e á viúva ( cfr Dt 10,18-19). Mas os dois significados estão ligados, porque o dar ao pobre, para o israelita nada mais é senão a retribuição que se deve a Deus, que teve piedade da miséria do seu povo. Não é por acaso que o dom das tábuas da Lei a Moisés, no monte Sinai, se verifica depois da passagem do Mar Vermelho. Isto é, a escuta da Lei , pressupõe a fé no Deus que foi o primeiro a ouvir o lamento do seu povo e desceu para o libertar do poder do Egipto (cfr Ex s,8). Deus está atento ao grito do pobre e em resposta pede para ser ouvido: pede justiça para o pobre ( cfr.Ecli 4,4-5.8-9), o estrangeiro ( cfr Ex 22,20), o escravo ( cfr Dt 15,12-18). Para entrar na justiça é portanto necessário sair daquela ilusão de auto – suficiência , daquele estado profundo de fecho, que á a própria origem da injustiça. Por outras palavras, é necessário um “êxodo” mais profundo do que aquele que Deus efectuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, é impotente a realizar. Existe portanto para o homem esperança de justiça?

Cristo, justiça de Deus

O anuncio cristão responde positivamente á sede de justiça do homem, como afirma o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos: “ Mas agora, é sem a lei que está manifestada a justiça de Deus… mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os crentes. De facto não há distinção, porque todos pecaram e estão privados da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, por meio da redenção que se realiza em Jesus Cristo, que Deus apresentou como vitima de propiciação pelo Seu próprio sangue, mediante a fé” (3,21-25)

Qual é portanto a justiça de Cristo? É antes de mais a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura si mesmo e os outros. O facto de que a “expiação” se verifique no “sangue” de Jesus significa que não são os sacrifícios do homem a libertá-lo do peso das suas culpas, mas o gesto do amor de Deus que se abre até ao extremo, até fazer passar em si “ a maldição” que toca ao homem, para lhe transmitir em troca a “bênção” que toca a Deus (cfr Gal 3,13-14). Mas isto levanta imediatamente uma objecção: que justiça existe lá onde o justo morre pelo culpado e o culpado recebe em troca a bênção que toca ao justo? Desta maneira cada um não recebe o contrário do que é “seu”? Na realidade, aqui manifesta-se a justiça divina, profundamente diferente da justiça humana. Deus pagou por nós no seu Filho o preço do resgate, um preço verdadeiramente exorbitante. Perante a justiça da Cruz o homem pode revoltar-se, porque ele põe em evidencia que o homem não é um ser autárquico , mas precisa de um Outro para ser plenamente si mesmo. Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade.

Compreende-se então como a fé não é um facto natural, cómodo, obvio: é necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte do “meu”, para me dar gratuitamente o “seu”. Isto acontece particularmente nos sacramentos da Penitencia e da Eucaristia. Graças á acção de Cristo, nós podemos entrar na justiça “ maior”, que é aquela do amor ( cfr Rom 13,8-10), a justiça de quem se sente em todo o caso sempre mais devedor do que credor, porque recebeu mais do que aquilo que poderia esperar.

Precisamente fortalecido por esta experiencia, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor.

Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma culmina no Tríduo Pascal, no qual também este ano celebraremos a justiça divina, que é plenitude de caridade, de dom, de salvação. Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça. Com estes sentimentos, a todos concedo de coração, a Bênção Apostólica.

Vaticano, 30 de Outubro de 2009

BENEDICTUS PP. XVI

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